quinta-feira, 28 de agosto de 2014

MEU PADACINHO DE CHÃO

Por Gabriele Caroline

    Santa Cecília é o nosso pequeno pedacinho de chão. Nossa pequena cidade maravilhosa! É bem calma e as pessoas que nela moram são bem tranquilas, claro que há algumas exceções. Aqui todo mundo se conhece e sempre que alguém precisa de ajuda, todos estão dispostos a ajudar.
    O pinhão na chapa do fogão e o chimarrão fazem parte dos costumes desse pequeno pedacinho de serra. Nada melhor que em uma tarde fria de domingo, logo após o almoço reunir toda  a família ao redor do fogão á lenha. A cuia rodando de mão em mão une uma, duas, três gerações até o anoitecer!
    Sentado no chão, sobre o tapete ao lado do fogão, um menino o mais pequeno, pede, quase implorando  ao avô:
     - Vovô, como é mesmo aquela história que o senhor contou uma vez, sobre um negrinho escravo?
   Com toda a  paciência de quem “quase viveu a história”, o avô conta a história mais uma vez:
     - Há muito e muito tempo atrás havia lá pelas bandas da Fazenda da Chapada um fazendeiro muito mal. Numa noite de inverno, o fazendeiro castigou um de seus escravos por ter perdido um dos cavalos que ele havia comprado. Bateu muito no menino  até que ele ficou sangrando,  tirou-lhe as roupas e o jogou em um formigueiro. No outro dia quando foi ver o menino, ele estava em pé, sem nenhuma marca no corpo, ao lado da Virgem Nossa Senhora e junto com os cavalos... Essa história se espalhou e, por isso hoje o Negrinho é quase um santo na  cidade!
   O menino fica encantado e se surpreende com a história e diz ao avô:         
     - Vovô gosto tanto desta história! Nunca me canso de ouvir.  Um dia quero poder contar para meus amigos e filhos.
   O resto da família fica feliz em ver a reação do menino. Eles que também já  ouviram  várias e várias vezes a história, mas nunca se cansam, pois da maneira que o avô (re) conta, faz com que a história nunca  fique  sem graça, enjoativa...
     E dessa forma ao redor do fogão, a família revive a própria história. 


CRÔNICA escrita pela aluna Gabrielle Caroline para a Olimpíada de Língua Portuguesa Escrevendo o Futuro 2014.

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