Por Gabriele Caroline
Santa Cecília
é o nosso pequeno pedacinho de chão. Nossa pequena cidade maravilhosa! É bem
calma e as pessoas que nela moram são bem tranquilas, claro que há algumas
exceções. Aqui todo mundo se conhece e sempre que alguém precisa de ajuda,
todos estão dispostos a ajudar.
O pinhão na
chapa do fogão e o chimarrão fazem parte dos costumes desse pequeno pedacinho
de serra. Nada melhor que em uma tarde fria de domingo, logo após o almoço
reunir toda a família ao redor do fogão
á lenha. A cuia rodando de mão em mão une uma, duas, três gerações até o
anoitecer!
Sentado no
chão, sobre o tapete ao lado do fogão, um menino o mais pequeno, pede, quase implorando ao avô:
- Vovô, como é mesmo aquela história que o
senhor contou uma vez, sobre um negrinho escravo?
Com toda
a paciência de quem “quase viveu a
história”, o avô conta a história mais uma vez:
- Há
muito e muito tempo atrás havia lá pelas bandas da Fazenda da Chapada um
fazendeiro muito mal. Numa noite de inverno, o fazendeiro castigou um de seus
escravos por ter perdido um dos cavalos que ele havia comprado. Bateu muito no
menino até que ele ficou sangrando, tirou-lhe as roupas e o jogou em um
formigueiro. No outro dia quando foi ver o menino, ele estava em pé, sem
nenhuma marca no corpo, ao lado da Virgem Nossa Senhora e junto com os cavalos...
Essa história se espalhou e, por isso hoje o Negrinho é quase um santo na cidade!
O menino fica encantado e se surpreende com
a história e diz ao avô:
- Vovô gosto tanto desta história! Nunca me
canso de ouvir. Um dia quero poder
contar para meus amigos e filhos.
O resto da família fica feliz em ver a
reação do menino. Eles que também já
ouviram várias e várias vezes a
história, mas nunca se cansam, pois da maneira que o avô (re) conta, faz com
que a história nunca fique sem graça, enjoativa...
E dessa forma ao redor do fogão, a família
revive a própria história.
CRÔNICA escrita pela aluna Gabrielle Caroline para a Olimpíada de Língua Portuguesa Escrevendo o Futuro 2014.
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